04/08/2008

Quimera V

Era uma noite diferente...
Saía do bar com um copo a mais e uma lágrima que teimava a não escorrer...
Com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa, percorria as ruas desertas, num andar lento e dançado de improviso...
Até que uma ligeira brisa o faz levantar a cabeça e ao longe viu o rosto por quem se tinha apaixonado.
Esboçou um enorme sorriso e correu, correu durante horas por aquelas ruas escuras, nada o fazia parar, mas não o conseguía alcançar.
Por fim, num acto de maior lucidez, olhou e viu que era apenas a lua que espelhava a beleza do rosto que procurava.
Voltou a baixar a cabeça e ao seu andar lento.
Para sempre, ficava gravado o rosto na face cheia da lua e a vontade de o poder tocar, de o poder beijar...