15/07/2008

Hoje apetece-me...
dizer,

valeu a pena!

Faz hoje um ano que foi implantada a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez(IVG).
Durante este período, mais de 14.000 mulheres, recorreram a esta prática, ficando a baixo das expectativas esperadas(20.000). Julga-se por isso, que haverá ainda mulheres a recorrer à clandestinidade na hora de tomar esta opção.
Não tive dúvidas quando foi votar, não tenho dúvidas agora.
Nem que fosse por uma só mulher retirada de uma qualquer sala improvisada(estima-se que cerca de 6000 ainda o façam), nem que fosse por não ter de obrigar uma só mulher a ir a Espanha(cerca de 500 mulheres fizeram-no), nem que fosse por uma só mulher, que depois das consultas prévias optaram por levar a sua gravidez até ao fim(700 mulheres levaram a gravidez até ao fim, depois da consulta) .

Não tenho dúvidas, quando me derem a optar, que serei sempre a favor, quando em causa se colocar, um direito à escolha, à liberdade de se poder optar!
Valeu a pena, mas temos de continuar a mudar mentalidades, para que quem ainda o faz por vergonha ou medo, deixe de o fazer clandestinamente. Sem nunca esquecer que este não é um método contraceptivo, devendo ser sempre um último recurso.

2 comentários:

Julens Manhavens disse...

Ora aí está uma maneira de ver as coisas. Outra é que a lei, na prática, não mudou praticamente nada e que apenas dispomos é de estatísticas oficiais. Quem, por perfil, recorria à clandestinidade continua a recorrer porque os motivos, pelo menos os esmagadoramente maiores para que as mulheres recorram à clandestinidade, continuam a ser os mesmos. A mudança de lei deveria ter sido muito diferente a meu ver. Mas mais importante que o eterno debate sobre o aborto é a forma como a lei foi mudada: sem qualquer respeito democrático e sem qualquer sentido de responsabilidade. Não podemos ter referendos de meia dúzia em meia dúzia de anos até que o nosso ponto de vista seja aprovado. Faz-me lembrar as táticas do Bart Simpson para convencer o Homer: "Can I?Can I?Can I?Can I? Etc...".
Ass: De quem votou sim ao aborto no 1º referendo. Deixo um pequeno post para fazer publicidade ao meu blog, mas também para te dizer para que servem os referendos no nosso país: para desviar atenções e pouco mais. Senão tínhamos referendos para as questões verdadeiramente importantes para o nosso desenvolvimento como país.
http://tipocenas.blogspot.com/2007/07/unio-europeia-e-aborto.html

Nuno Sequeira disse...

Antes de mais, peço desculpa por só agora responder.

Não posso concordar contigo quando disses que a lei não mudou nada. A verdade é que mudou, pelo menos para mais de 14000 mulheres e isto não são estatísticas são números reais. Ninguém esconde que não existam ainda mulheres a recorrer à clandestinidade e enquanto houver, nem que seja uma só, devemos combatê-lo.
Relativamente ao resto, estou praticamente de acordo contigo.
Também acho que os referendos servem para desviar atenções. Elegemos um governo e um programa de governo de 4 em 4 anos. Que tenham coragem de o assumir até ao fim, aí estaremos cá novamente para os julgar!

Abraço